Violência de gênero

Violência contra mulher aumenta em Pelotas

Enquanto no Estado houve retração, no Município índices tiveram alta em janeiro se comparados com o mesmo período do ano passado

Paulo Carvalho - Agência Brasil - Pelotas segue registrando índices altos


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A violência contra a mulher aumentou em Pelotas neste começo de 2023. De acordo com dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), no mês de janeiro o Município teve 76 registros de ameaças, 85 agressões, seis estupros e, ainda, um feminicídio.

Os números indicam aumentos em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram notificadas 72 ocorrências de ameaças, 71 mulheres foram agredidas, três registraram estupro e não houve informação de feminicídio ou tentativa.

A escalada nos crimes contra mulheres na cidade contrastam com os dados de todo o Rio Grande do Sul computados pelo governo, os quais apontam para quedas em janeiro ao traçar paralelo com a mesma época do ano passado. Os registros de ameaça, que somaram 3.081 em janeiro de 2022, diminuíram para 3.072 este ano. Os estupros também apresentaram redução. De 220 casos registrados nas delegacias de polícia no primeiro mês de 2022, passaram para 191 em 2023. Já os os feminicídios consumados caíram de 11 para nove.

As exceções quando se trata de Estado ficaram com as tentativas de feminicídio e as lesões corporais. No primeiro caso, os registros aumentaram de 22 casos (2022) para 24 (2023). As lesões corporais aumentaram em 11 casos, passando de 1.879 no ano passado para 1.989 registros.

Rio Grande

Em Rio Grande, no mês de janeiro deste ano, 51 mulheres receberam ameaças, 58 foram agredidas, houve um estupro e uma tentativa de feminicídio. No ano passado, 58 mulheres registraram ameaça, 49 foram agredidas, foram cinco estupros e não houve feminicídio e nem tentativa. As ameaças contra as mulheres apresentaram queda de mais de 13%. As agressões, no entanto, subiram em torno de 18%. Os estupros, considerado o mesmo período nos dois anos, teve uma queda de 400%.

Atlas da Violência

Conforme o Atlas da Violência, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no primeiro semestre de 2022, o Brasil somou 699 mulheres, vítimas de feminicídio, uma média de quatro mulheres por dia. Este número é 3,2% mais elevado que o total de mortes registrado no primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram assassinadas. Os dados indicam um crescimento contínuo das mortes de mulheres em razão do gênero feminino desde 2019. Em relação ao primeiro semestre de 2019, o crescimento no mesmo período de 2022 foi de 10,8%, apontando para a necessária e urgente priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero.


Ainda segundo os dados do Atlas da Violência, em 2022 a região Sul apresentou maior incremento do número de feminicídios, com crescimento de 12,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, embora nos últimos quatro anos as mortes tenham apresentado pequena redução, com recuo de 1,7%.

Acréscimo significativo

Entre 2020 e 2021, houve um acréscimo significativo de 23 mil novos chamadas de emergência para o número 190 das polícias militares solicitando atendimento para casos de violência doméstica, com variação de 4% de um ano para o outro. Significa que ao menos uma pessoa ligou, por minuto, em 2021, para o 190 denunciando agressões decorrente da violência doméstica.


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